Guia Completo do Concurso de Praticante de Prático
Tudo o que você precisa saber sobre o processo seletivo, etapas, requisitos e como se preparar.
Ler artigo →Imagine um navio com centenas de metros de comprimento, carregado com milhares de toneladas, tentando atracar em um porto estreito e movimentado. Correntes imprevisíveis, ventos fortes e outros navios cruzando o caminho. É nesse cenário crítico que entra em cena o prático — um dos profissionais mais respeitados e essenciais da atividade marítima.
O prático é o especialista local que embarca para orientar o comandante em áreas de navegação restrita. Sua presença garante a segurança da vida humana no mar, a integridade da embarcação e a proteção do meio ambiente. Neste artigo, vamos explorar a fundo essa profissão singular: sua história, rotina, requisitos, remuneração e o que esperar de uma carreira que é, ao mesmo tempo, desafiadora e altamente recompensadora.
Desde a antiguidade, navegadores recorriam a guias locais para atravessar trechos perigosos. Gregos, romanos, fenícios — todos já contavam com "práticos" muito antes do termo existir.
Com a expansão do comércio marítimo global, a presença de especialistas locais tornou-se indispensável para enfrentar canais estreitos, bancos de areia e portos congestionados.
No Brasil, a história oficial começa em 1808, com o Regimento dos Pilotos Práticos da Barra do Rio de Janeiro, assinado por D. João VI. Desde então, a profissão evoluiu e se profissionalizou.
Hoje, o serviço de praticagem é regulamentado pela Lei nº 9.537/97 (LESTA) e pela NORMAM-311/DPC, que estabelece normas, direitos e deveres dos práticos em águas brasileiras.
O prático embarca para orientar o comandante com base em conhecimento profundo das condições locais: marés, ventos, profundidades, tráfego e normas do porto. Embora assessore, a responsabilidade legal pelo navio segue com o comandante.
A rotina inclui:
O prático também atua como elo entre o navio e os órgãos externos:
Sua habilidade de comunicação é essencial para evitar falhas e garantir fluidez operacional.
Ao garantir manobras seguras, o prático evita incidentes com sérias consequências:
Práticos atuam sob regime de plantão 24h, com escala organizada pela entidade de praticagem da Zona de Praticagem (ZP). O sistema de rodízio garante distribuição equilibrada de trabalho e rendimentos.
O acesso ao navio é feito por lancha, mesmo com mar agitado. O embarque pela escada de quebra-peito exige preparo físico, uso de EPIs e muita atenção.
Durante a manobra, o prático usa seu conhecimento técnico e equipamentos como o PPU (Portable Pilot Unit) para coordenar a navegação com precisão cirúrgica. É ele quem dá as ordens ao timoneiro e coordena os rebocadores.
A entrada na carreira se dá exclusivamente pelo Processo Seletivo à Categoria de Praticante de Prático (PSCPP), conduzido pela Marinha do Brasil.
💡 Não é necessário ter formação em Ciências Náuticas ou experiência prévia na Marinha Mercante.
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Aprovado no PSCPP, o candidato inicia o Programa de Qualificação do Praticante de Prático (PQP) na ZP para a qual foi selecionado.
Após a conclusão, o candidato realiza uma prova final. Aprovado, recebe o Certificado de Habilitação de Prático para aquela Zona.
O prático é um profissional liberal, organizado em entidades de praticagem que prestam serviço privado e regulado pelo Estado. A remuneração vem do serviço prestado aos navios, e não de um salário fixo.
Os valores pagos pelos armadores variam conforme:
ZPs como Santos, Rio de Janeiro e Paranaguá têm movimento intenso e, por consequência, rendimentos mais altos. Estimativas apontam valores brutos mensais que podem ultrapassar R$ 100.000 a R$ 300.000, antes dos custos operacionais da entidade.
Com cerca de 600 práticos em todo o país, o número de profissionais por ZP é determinado pela Marinha com base na demanda.
Os concursos não têm data fixa — ocorrem conforme a necessidade de recomposição do efetivo.
Apesar do avanço de tecnologias e da automação naval, a praticagem exige habilidades que nenhum sistema ainda substitui: julgamento humano, conhecimento local e capacidade de adaptação em tempo real.
Ser prático é mais do que uma escolha profissional — é uma vocação. É estar disposto a aprender constantemente, enfrentar desafios extremos e atuar onde poucos conseguem.
É também colher os frutos de um trabalho bem-feito: reconhecimento, estabilidade, prestígio e remuneração à altura da responsabilidade.
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